sexta-feira, 30 de junho de 2017

ACONTECE POR AQUI | Programa de Tutoria Voluntária (PTV)

Com a finalização do semestre letivo encerramos também o Programa de Tutoria Voluntária (PTV) da ESP do 1° semestre de 2017. Portanto, é necessário que enviem os Relatórios de Tutoria conforme disponível AQUI

Somente com o envio deste relatório é possível solicitar compensação das Horas Complementares.

A prazo de envio é até a próxima terça-feira, dia 04/07/2017.

É necessário preencher todos os campos de identificação e deve ser preenchido um relatório para cada tutor e para cada disciplina.

Qualquer dúvida estou a disposição.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

ACONTECE POR AQUI | CHAMADA DE ARTIGOS


A Revista Alabastro - revista eletrônica das alunas e alunos da FESPSP está com chamada aberta para sua 9ª Edição, para compor o Dossiê "Direitos Humanos e Sociedade"!!

Neste Dossiê especial “Direitos Humanos e Sociedade” a Revista Alabastro em parceira com o Núcleo de Direitos Humanos da FESPSP, convoca trabalhos que interroguem, de um ponto de vista crítico e interdisciplinar, as implicações culturais, políticas e econômicas envolvidas nas práticas e lutas sociais em torno dos Direitos Humanos no Brasil e no mundo. A Declaração Universal de 1948 estabeleceu os Direitos Humanos como um critério jurídico e um valor normativo a ser seguido, burlado e/ou violado pelos Estados nacionais signatários, sendo que no Brasil seus princípios foram oficialmente incorporados apenas 40 anos depois, na Constituição de 1988.

Os “tempos sombrios” atuais apontam uma forte rejeição ao conceito de universalidade dos direitos, fazendo com que o marco dos Direitos Humanos experimente o pior momento desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Com isso, muitos de seus fundamentos vem sendo dilapidados devido a intensidade dos conflitos sociais, crises econômicas e guerras sem fim - contra o terror, contra as drogas, contra a corrupção - que transbordam, contestam e alteram as formas de regulação definidas pela justiça e o direito. Considerando a complexidade dos discursos, atores e instituições que se têm estruturado em torno dos Direitos Humanos, este Dossiê propõe uma visão ampliada sobre diferentes tópicos conectados ao tema. Serão aceitos artigos científicos, resenhas, traduções, análise de material audiovisual e produções poético-literárias, que apresentem revisões da literatura, estudos de caso, análise de políticas públicas específicas, além de experiências artísticas, de intervenção e militância no campo dos Direitos Humanos.

Prazo para submissão: 30 de junho de 2017.
Os trabalhos podem ser redigidos em português, inglês ou espanhol e devem ser submetidos para avaliação no site da Revista Alabastro

ARCABOUÇO ACADÊMICO | LANÇAMENTO

Lançamento do livro A Crise das Esquerdas, que conta com textos e entrevistas dos professores Aldo Fornazieri, Carlos Muanis, Carla Diéguez, Carlos Melo, Moisés Marques e Rodrigo Estramanho de Almeida.

Descrição
A Crise das Esquerdas reúne importantes intelectuais brasileiros em ensaios e entrevistas, e tem o mérito de abordar sob diferentes enfoques temas relevantes, como o que significa ser de esquerda na atualidade. Após décadas de hegemonia neoliberal, não são programas e políticas de esquerda que se apresentam como alternativa, mas nacionalismos conservadores e de direita. Na América Latina, experimentou-se um momento de ascensão de governos progressistas, para então haver um retrocesso, com derrotas eleitorais e deposição de presidentes eleitos – como foi o caso do Brasil, do Paraguai e de Honduras. O que há de errado com as esquerdas? Seria o resultado de uma crise civilizatória, com o declínio dos valores do humanismo, da justiça e da igualdade? Os programas de esquerda teriam perdido a capacidade de dialogar com os novos grupos sociais emergidos da revolução tecnológica? Neste livro, intelectuais – professores e ativistas – se reúnem para indicar a resposta a estas e a outras indagações que perturbam a militância e o pensamento das esquerdas. O livro reúne textos e entrevistas de: Cícero Araújo, Guilherme Boulos, Renato Janine Ribeiro, Ruy Fausto, Sérgio Fausto, Tarso Genro, Aldo Fornazieri, Carlos Muanis, Carla Regina Mota Alonso Diéguez, Carlos Melo, Moisés Marques e Rodrigo Estramanho de Almeida.

Quando? Sex, 23/06 às 19h
Onde: Livraria Cultura do Conjunto Nacional, Av. Paulista, 2073 - Consolação
Mais informações aqui



ARCABOUÇO ACADÊMICO | EVENTO


Amanhã a professora Carla Dieguéz participará do evento "Repensando a Justiça no Planejamento Urbano-Regional de Sistemas Alimentares" com a proposta de repensar a questão do ponto de vista da empresa de alimentos urbanos (do Inglês urban food enterprise - UFE) conforme apresentada pelo urbanista Richard Nunes (Universidade de Reading)

Conforme apresentado no escopo do encontro, as UFEs são práticas comerciais socialmente inovadoras que buscam respostas alternativas e locais aos sistemas alimentares convencionais, desde insumos até a recuperação de recursos e gerenciamento de resíduos. No entanto, o pluralismo das práticas da UFE como alternativa às práticas alimentares convencionais está longe de ser coerente.

A tradição do pragmatismo e do pluralismo é utilizada para examinar essa combinação de atividade empresarial em um período de experimentação não resolvida para o planejamento de sistemas alimentares urbanos.

As questões que isso levanta são duas:

- "O que significa planejar quando pensamos sobre a criação de sistemas alimentares urbano-regionais sustentáveis e saudáveis?"

- "Como avançamos nesta agenda através da lente da 'justiça alimentar' ao abraçar a multiplicidade de formas de praticá-la?"

O autor argumenta que uma compreensão das práticas e do poder de justiça alimentar no planejamento de sistemas alimentares não deve ser atribuída ontologicamente, mas sim ser adotada como um conjunto de ecologias políticas emergentes e co-evolutivas.

Conferencista
Richard Nunes (Universidade de Reading)

Comentarista
Ana Lydia Sawaya (Unifesp e IEA-USP)
Carla Regina Mota Alonso Diéguez (Fespsp)
Patrícia Jaime (FSP-IEA)
Thais Mauad (FM e IEA - USP)

Moderação
Marcos Buckeridge (IB e IEA - USP)

Quando? Sex, 23/06 as 14h
Onde: Sala de Eventos do IEA, rua da Praça do Relógio, 109, bloco k, 5º andar.

Para participar é preciso fazer inscrição por este link: https://goo.gl/g1ugPo
O evento estará disponível ao vivo pela internet! Mais informações aqui

segunda-feira, 12 de junho de 2017

ACONTECE POR AQUI | REVISTA ALABASTRO

A 8ª edição da Alabastro está no ar!

São artigos, ensaios e análises de materiais audiovisuais que buscam contribuir com reflexões no campo das ciências sociais. O conteúdo completo está disponível em http://revistaalabastro.fespsp.org.br

A Revista também está com chamada aberta para submissão de trabalhos para compor o Dossiê “Direitos Humanos e Sociedade” previsto para a 9ª edição. Confira mais detalhes na página do Facebook.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

COLUNA | PENSANDO NUM FILME... por Bruno Mussil


“Eu, Daniel Blake”: aproximações com aspectos contemporâneos do capitalismo líquido e flexível

O belo filme “Eu, Daniel Blake” do cineasta Ken Loach trás à tona a história de Daniel Blake (interpretado por Dave Johns), um senhor de 60 anos que sofreu uma grave parada cardíaca enquanto trabalhava, que o impossibilitou de realizar atividades que demandam esforço, segundo seus médicos, com risco de novas lesões cardíacas caso voltasse a trabalhar em sua dura profissão de carpinteiro. 

Viúvo, sem filhos ou parentes próximos, Daniel Blake deve sua sobrevivência ao Estado. Vive um drama constante e diário pelos duros caminhos da burocracia estatal para conseguir receber o seguro desemprego ou a aposentadoria por invalidez que lhe garante uma pequena renda mensal que mal lhe auxilia no pagamento das contas domésticas. Assim, nesses árduos percalços burocráticos, Daniel é constrangido, humilhado, e vê-se perdido numa nova era (a era informatizada, online e tecnicista) – uma era que deixa paralisado no tempo àquele que não se rende ao novo mundo computadorizado – na qual conhece a jovem mãe solteira de duas crianças: Katie (Hayley Squires). 

A emblemática figura de Katie que luta
pela sobrevivência de sua família 
Katie é uma figura emblemática. Mãe solteira, ela também precisa do Estado para garantir a sobrevivência de sua família num pequeno e velho apartamento doado em Newcastle. Desempregada e longe de sua família londrina, Katie mergulha na angústia de não saber o que o futuro lhe reservará segundo após segundo, dia após dia. Como consequência, Katie chega a prostituir-se para conseguir dar um pouco de dignidade aos seus filhos que, assim como Daniel e Katie, veem seu caráter sendo corroído (para citar Richard Sennett) frente aos desafios da marginalização característica do capitalismo contemporâneo. 

Tal angústia, citada acima, é em parte explicada pela estrutura moderna do trabalho que, desde nosso processo de socialização à vida adulta, nos leva a negar o fracasso e a possibilidade de sua ocorrência, como afirma Sennett “o fracasso é o grande tabu moderno (...) a literatura popular está cheia de receitas de como vencer, mas em grande parte calada sobre como enfrentar o fracasso” (SENNETT, p.141, 2005). 

O filme aborda o desespero de ficar face-a-face
com o fracasso somado ao descaso do Estado
Katie e Daniel Blake, consequentemente, desesperam-se ao ficarem face-a-face com o fracasso somado ao descaso do Estado para com as pessoas em condição desoladora – que Karl Marx (2015), se assistisse o filme de Ken Loach, facilmente identificaria como parte do Lumpemproletariado (indivíduos que fazem parte de uma massa de pessoas arruinadas, flutuantes, e sem rumo). 

Daniel Blake, portanto, é um filme de nosso tempo de incertezas: nosso mundo líquido, no qual todas as instituições que considerávamos concretas assumem a fragilidade e flexibilidade líquidas anunciadas por Bauman (2007). Com o Welfare State não foi diferente. O Estado do bem-estar social, tão aclamado durante o século XX por apresentar-se como a saída do capitalismo às sérias crises cíclicas que assolaram o sistema econômico mundial, também é colocado em xeque. Sua liquidez se expressa na incerteza e fragilidade das personagens perante o Estado burocrático e as exigências flexíveis do atual mercado de trabalho. 

Referências Bibliográficas
BAUMAN, Zygmunt. Tempos líquidos. Zahar, 2007.
MARX, Karl. O 18 de brumário de Luís Bonaparte. Boitempo Editorial, 2015.
SENNETT, Richard. A corrosão do caráter: impactos pessoais no capitalismo contemporâneo. São Paulo: Record, 2005.